8 de março de 2012

Homenagem do Ponto de Cultura à Mulher

Ela causou escândalo em sua época ao trocar os Estados Unidos pela União Soviética, afirmando: “Prefiro viver de pão preto e vodca e sentir-me livre, a gozar as delícias da vida americana sabendo-me prisioneira.”
Quando ela tinha ainda quatro anos, começou a freqüentar aulas de balé clássico. Na adolescência se apresentava acompanhada dos três irmãos ao som do piano de sua mãe. Desde cedo ela dava mostras de um temperamento transgressor, que a leva a abandonar as convenções do balé da época. As técnicas convencionais do balé clássico e romântico eram extremamente rígidas. Pedia a utilização do espaço geométrico do palco de maneira axial simétrica, durante as apresentações, o homem era sempre o líder e condutor dos movimentos, auxiliando também as mulheres, que deveriam preservar uma dança discreta



Aos 11 anos, a jovem Isadora já apresentava uma sensibilidade muito particular, desenvolvendo uma maneira própria de dança. Nessa idade começou também a dar aulas de sua nova técnica. Isadora considerava antiquadas as técnicas clássicas e as sapatilhas de ponta, além de serem incômodas e deformarem o corpo feminino. Foi ela a primeira manifestação substancial do movimento de ruptura que surgiria dentro do balé e que buscava uma forma de dança mais livre e expressiva. Nas palavras dela: "A beleza da arte não é feita de ornamentos, mas daquilo que flui da alma humana inspirada e do corpo que é seu símbolo...", e o andar suave. 


Em sua aversão pelo balé clássico chegou ao extremo de afirmar: "eu sou inimiga do balé, o qual considero arte falsa e absurda, que de fato está fora de todo o âmbito da arte". Ao romper com os padrões clássicos, Isadora Duncan propõe uma dança liberta de espartilhos, meias e sapatilhas de ponta, apresentando-se em espetáculos solo baseados em improvisações, dando ênfase aos gestos corporais assimétricos. Seus movimentos eram inspirados nos fenômenos na natureza, como o fluir das ondas do mar, do vento, e força das tempestades.


A bailarina promoveu uma reviravolta não só na dança como também nos  costumes. Dona de uma postura irreverente, provocou a ira conservadora de muitos. Era avessa à instituição do casamento e diz em sua autobiografia: “Comecei a observar o rosto das senhoras casadas, amigas de minha mãe, e não houve um em que eu não achasse a marca do monstro de olhos verdes e os estigmas da escravidão. E fiz o voto de jamais me rebaixar a situação tão degradante, ainda que isso viesse me custar, com de fato veio, uma quebra de relações com minha mãe e a incompreensão do mundo”. Ela causou escândalo na época por seus tórridos casos amorosos com diversos amantes, entre eles o produtor teatral Gordon Graig, com quem teve sua filha Deirdre; e o milionário herdeiro do império das máquinas de costura, Paris Singer, pai de Patrick. Seu espírito livre tornou-se símbolo da independência feminina.
Pesquisa: Ana Carolina Santos e Yasmim Alves - Ponto de Cultura

4 de março de 2012

O Ponto de Cultura amplia seu Circuito!



A primeira apresentação de 2012 do Ponto de Cultura Circuito de Dança foi no dia 3 de março, para famílias da comunidade do Jordão – Taquara, durante a entrega de cestas básicas, feita pela Loja Maçônica Fraternidade nº100. Um público de cerca de 50 pessoas, entre adultos, jovens e crianças assistiu a um fragmento do espetáculo URBE, logo depois de um café da manhã coletivo. Foi muito bom partilhar nosso trabalho com mais uma comunidade de nossa região que usufrui de uma oferta precária de serviços públicos e não tem acesso a produtos culturais do circuito profissional da Arte. Levar uma experiência estética diferenciada a um público cuja luta pela sobrevivência causa muito mais limitações do que oportunidades é fazer uma opção pelo papel desvelador que a Arte pode exercer, é ir ao encontro de quem não conhece para compartilhar a possibilidade de conhecer. É cumprir, enfim, o papel de quem se dispõe a ser Ponto de Cultura. Não poderíamos iniciar de forma melhor as apresentações de 2012!